Os livros citados em Normal People (Pessoas Normais)



O livro Pessoas Normais da Sally Rooney, é um sucesso. Além disso, a série conseguiu capturar a essência dos personagens de modo primoroso. Por gostar tanto, resolvi trazer essa lista, dos livros que são citados por Marianne e Connell na narrativa de "Pessoas Normais". Essa foi minha primeira leitura de 2022, da editora que nunca me decepciona, Companhia das Letras 💖


Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de "cuidadora". Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os "alunos" de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino - doar seus órgãos até "concluir". Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses "doadores", em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar. 


A personagem principal, um alter ego de Doris Lessing, vive na inglaterra longe do país africano onde cresceu e tenta digerir os eventos de sua vida como comunista e feminista e mulher. Anna é uma escritora, autora de um romance de grande sucesso, a qual agora mantem quadro cadernos de notas. Em um, de capa preta, ela relembra a experiência na África na sua juventude. No de capa vermelha ela rememora sua vida política, sua desilusão com o comunismo. No de capa amarela, ela escreve um romance no qual a heroína revive parte de sua própria experiência. E no caderno azul, ela mantém um diário pessoal. Finalmente, apaixonada por um escritor americano e ameaçada pela insanidade, Anna resolve reunir as linhas dos quatro cadernos juntos em um carnê dourado.




No Caminho de Swann é o primeiro título do ciclo "Em Busca do Tempo Perdido", escrito ao longo de 14 anos. Nesse livro, o narrador introduz o leitor no seu universo literário a partir de rememorações da infância e da história de amor e ciúme de Swann por Odette. A obra traz uma das mais famosas passagens da literatura, quando o narrador come uma "madeleine" (tipo de bolinho) molhada no chá e vê sua consciência mergulhar involuntariamente no passado.



As aventuras e desventuras da famosa MollFlanders & Cia. Que nasceu na prisão de Newgate, e ao longo de uma vida de contínuas peripécias, que durou três vintenas de anos, sem considerarmos sua infância, foi por doze anos prostituta, por doze anos ladra, casou-se cinco vezes (uma das quais com o próprio irmão), foi deportada por oito anos para a Virgínia e, enfim, enriqueceu, viveu honestamente e morreu como penitente. Escrito com base em suas próprias memórias. Com um subtítulo bastante abrangente, este livro de Daniel Defoe foi publicado em 1722, quando ele já era um escritor de talento reconhecido depois do sucesso de Robinson Crusoé (1719). Suposta autobiografia de uma criminosa que teria vivido no séc. XVII, narra as peripécias de alguém que sempre procura tirar vantagens das situações, como que a anunciar o capitalismo desenfreado que viria à tona logo mais.


Emma Woodhouse, bonita, inteligente, rica e solteira, está perfeitamente feliz com sua vida e não vê necessidade de se apaixonar ou de se casar. Nada, no entanto, a agrada mais do que interferir na vida romântica dos outros. Mas quando ela ignora as advertências do sr. Knightley e tenta arranjar um marido para sua amiga e protegida Harriet Smith, seus planos ― tão cuidadosamente elaborados ― não saem como ela imaginava.Com ironia e delicadeza, Jane Austen explora em Emma as responsabilidades sociais delegadas às mulheres, a falta de controle sobre o próprio destino e, claro, a força do amor.



Joe Keller e Steve Deever, sócios de uma oficina mecânica durante a Segunda Guerra Mundial, produziram peças defeituosas de aviões, causando a morte de muitos homens. Deever foi enviado para a prisão enquanto Keller escapou da punição e voltou aos negócios, tornando-se muito rico nos anos seguintes. Na obra de tremendo poder de Miller, um caso de amor entre o filho de Keller, Chris, e Ann Deever, filha de Steve, a amargura de George Keller, que retorna da guerra para encontrar seu pai na prisão e o parceiro de seu pai livre, e a reação de um filho à culpa de seu pai escala para um clímax de intensidade eletrizante.



O livro, escrito em 1991, acompanha as consequências de uma amizade entre duas alunas de um colégio apenas para garotas.



No último episódio da série, Connell presenteia Marianne com um livro do poeta Frank O'Hara em seu aniversário. A obra é um compilado de poemas que o autor escreveu durante décadas.




Obra seminal do escritor, essencial para entender o racismo nos EUA e um dos livros de cabeceira do ex-presidente estadunidense Barack Obama. O livro reúne dois ensaios que partem do próprio Baldwin e sua família para registrar as dinâmicas de raça, religião e identidade. O primeiro é uma carta endereçada a seu sobrinho de 14 anos esmiuçando a história negra nos EUA. O segundo, um relato que vai da juventude do autor no seio do cristianismo ao islamismo no Harlem. Ambos, originalmente publicados no New Yorker e reunidos em um único volume, abrem uma conversa franca sobre a vida negra no país. É difícil encontrar o livro físico, a melhor saída é procurar em sebos de livros. 

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