Pássaros na boca e Sete Casas Vazias, de Samanta Schweblin, publicado pela Fósforo Editora

Samanta Schweblin oferece aqui um sublime conjunto de contos e flerta com o lado sombrio ao mesmo tempo em que reconhece a graciosidade e a inocência dos deslocados, mostrando que seu lado melancólico pode ocasionar tanto o riso quanto a reflexão.

Compre o livro aqui.



Tinha curiosidade para ler algo da autora, e tive a oportunidade de receber esse livro pela parceria com a Editora Fósforo. Eu li alguns contos, ainda estou lendo o livro, e fiquei "uau, realmente é o que dizem" hahaha. Para quem deseja ler algo novo, que surpreenda, indico demais! A autora traz o cotidiano com um olhar sombrio, com estranhamentos escondidos.

Eu compartilho aqui detalhes do livro, em imagens para quem tiver curiosidade, e te conto um pouco mais sobre o que esperar nessa leitura.

Título original: Pájaros em la boca; siete casas vacías
Título no Brasil: Pássaros na boca e sete casas vazias: contos reunidos
Publicado em: abril de 2022
Editora: Fósforo
Tradução de Joca Reiners Terron
280 páginas
Papel pólen 80 g/m²
Literatura argentina, contos argentinos, ficção literária, terror, literatura hispânica.

O livro reúne dois volumes de contos, Pássaros na boca e Sete casas vazias. Organizei abaixo cada um deles:

— Pássaros na boca:
Irman, Mulheres desesperadas, Na estepe, Pássaros na boca, Perdendo a velocidade, Cabeças contra o asfalto, Rumo à alegre civilização, O cavador, A fúria das pestes, Sonho de revolução, Matar um cão, A medida das coisas, A verdade sobre o futuro, A mala pesada de Benavides, Conservas, Meu irmão, Walter, Papai Noel dorme em casa, Debaixo da terra.

— Sete Casas Vazias:
Nada disso tudo, Meus pais e meus filhos, Acontece sempre nesta casa, A respiração cavernosa, Quarenta centímetros quadrados, Um homem sem sorte, Sair.

"É famosa a afirmação de Júlio Cortázar de que no "embate que se trava entre um texto apaixonante e o leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute." Herdeira de uma distinta linhagem de nocauteadores, da qual fazem parte Adolfo Bioy Casares e o próprio Cortázar, Samantha Schweblin pertence a uma geração que renova a afinidade entre a forma breve e a ficção latino-americana. A autora recupera também a tradição do conto fantástico novecentista europeu, que encontra na Argentina solo fértil para o florescimento de um novo insólito, calcado nas particularidades do país. 

Esta reunião de dois volumes de contos, o cultuado Pássaros na boca (2009) e Sete casas vazias (2015), apresenta uma miríade de personagens incomuns, narrativas fantásticas, elementos sobrenaturais, sanguinolentos e grotescos que renderam a Schweblin destaque internacional na literatura contemporânea.

Pássaros na boca é título homônimo de um conto em que uma menina passa a se alimentar de pássaros vivos, para desespero de seus pais. Se isso não parece verossímil, tampouco o que são os demais personagens: uma esposa assassinada em uma mala torna-se obra de arte, um herdeiro milionário age como criança na loja de brinquedos, um rapaz passa por uma prova a fim de se tornar assassino de aluguel, entre outros. 

Sete casas vazias, por sua vez, explora o espaço doméstico como palco de um terror que, por ser cotidiano, não é menos inquietante. Aqui, o metrô, o trânsito, mercadinhos de bairro e apartamentos pequenos são cenários de divórcios, suicídios, doenças e dos não ditos que preenchem cômodos e ilustram com nitidez o estranho familiar (Unheimliche) descrito por Freud. O medo se combina à intimidade das famílias e ao caos que pode reinar entre um cigarro e uma xícara de café, ou numa simples ida à farmácia."

"Você come pássaros, Sara", disse.
"Sim, papai. Você também."
"Você come pássaros vivos, Sara."
"Sim, papai."







“Os contos [de Schweblin] evocam um mundo em que o civilizado está constantemente recuando e em que ser humano é viver num estado de desespero.”— The New Yorker

“Schweblin está entre os escritores de língua espanhola mais aclamados da sua geração… Seu verdadeiro antepassado só podia ser David Lynch; suas histórias são tecidas por pavor, duplos e pontas soltas seguras de si… Contudo, o que torna Schweblin tão surpreendente como escritora, rara e importante, é que ela não é impelida por mero talento ou ambição, mas por uma visão, que emerge da intensa preocupação com o mundo, com as crueldades ocultas nas nossas relações com tudo o que é vulnerável.” — The New York Times

Você pode ler um trecho, disponibilizado no site da Editora Fósforo. 


Saiba mais sobre a autora:
Samantha Schweblin nasceu em Buenos Aires em 1978, e desde 2012 vive em Berlim. Vencedora de prêmios importantes como Juan Rulfo e Casa de las Américas, além desde volume de contos é autora dos romance Distância de resgate e Kentukis, finalistas do International Man Booker Prize. Sua obra foi traduzida para mais de vinte idiomas e seu primeiro romance foi adaptado para o cinema.


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