Conheça "Águas-vivas não têm ouvidos", lançamento de junho da Fósforo Editora

Mais um lançamento incrível da Fósforo Editora, que me deixou com os olhos brilhando, muito apegada ao livro e sensibilizada. Por favor LEIAM esse livro 💖💖💖 a seguir conto mais sobre o primeiro romance da autora francesa Adèle Rosenfeld e mostro detalhes do porque Águas-vivas não têm ouvidos é um livro que merece nossa leitura.

Ficha técnica do livro:

Título: Águas-vivas não têm ouvidos
Título original:
Les meduses n'ont pas d'oreilles 
Autora: Adèle Rosenfeld
Tradução: Flavia Lago
Ilustração: Ing Lee
Formato: 13,5x20cm
200 páginas
Papel pólen natural, 80g

Louise F. habita uma margem invisível entre dois mundos. Surda oralizada, desde os cinco anos precisa preencher as lacunas provocadas por uma deficiência auditiva, atravessando o que descreve como “ondas movediças do silêncio”. As horas que passou treinando leitura labial, interpretando, deduzindo e reconhecendo sons esparsos fizeram com que ela transitasse no mundo dos ouvintes, mas sem deixar de sentir as dificuldades próprias das pessoas com surdez.

Com o tempo, a perda auditiva de Louise progride, e chega um momento em que ela precisa decidir se opta pelo implante coclear ou mergulha de uma vez no silêncio. A falta de contornos não é limitadora, ao contrário, a partir da ambivalência da personagem, Adèle Rosenfeld constrói uma narrativa delicada e imaginativa, que oferece novas miradas sobre a realidade de Louise, que é também a sua.

Em Águas-vivas não têm ouvidos, os vestígios das palavras se transformam em presença, e da fantasia da protagonista emergem figuras que acompanham seus percalços para se ajustar às expectativas de um mundo que não a reconhece: um soldado inglês a ajuda a decifrar as palavras; um cachorro a segue para todos os cantos e uma botanista a auxilia na manutenção de um herbário sonoro, espécie de diário de ruídos cotidianos em que Louise, na urgência de preservar sons dos quais tem memória, arquiva a sirene dos bombeiros, o rugir da tempestade e o chiado da fritura de cebolas.

Neste romance repleto de humor e poesia, os leitores estão submersos na imaginação vívida de sua protagonista, guiados por uma escrita onírica e sensível em que os sons têm cores, o ato de comunicar torna-se uma investigação no estilo detetivesco e as palavras se materializam, ganham corpo e escapam em um ritmo próprio.

Na busca de reconciliação e autorreconhecimento, Louise se embrenha nos buracos da linguagem que conhece tão bem e a que tem tão pouco acesso. Estrangeira na própria língua, invisível na própria deficiência, resta a ela a tarefa de encontrar, como acontece com as águas-vivas, o equilíbrio e a sensibilidade para orientar seu caminho.

“De uma forma que lembra o questionamento surrealista acerca da percepção e do sentido, o romance de Adèle Rosenfeld é um experimento cativante sobre a beleza e a indefinição dos sons e da linguagem.” – TLS



Saiba mais sobre a autora:
Adèle Rosenfeld nasceu em 1986, na França. Formada em escrita criativa pela Universidade Paris-8, trabalha há mais de dez anos no mercado editorial francês. Águas-vivas não têm ouvidos é o seu primeiro romance e foi finalista do prêmio Goncourt em 2022.


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